terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Wilson Batista de Oliveira (Campos, 3 de julho de 1913 — Rio de Janeiro, 7 de julho de 1968) foi um compositor brasileiro.



(Biografia)

Filho de um guarda municipal de Campos, ainda menino participou, tocando triângulo, da Lira de Apolo, banda organizada por seu tio, o maestro Ovídio Batista. Ainda na cidade natal, fez parte do Bando, para o qual compunha algumas músicas e, pretendendo aprender o ofício de marceneiro, freqüentou o Instituto de Artes e Ofícios.

No final da década de 1920, transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro. Passou então a freqüentar os cabarés da Lapa e o Bar Esquina do Pecado, na Praça Tiradentes, pontos de encontro de marginais e compositores, tornando-se amigo dos irmãos Meira, malandros famosos da época, cuja amizade lhe valeu várias prisões. A seguir, começou a trabalhar como eletricista e ajudante de contra-regra no Teatro Recreio.

Com 16 anos, fez seu primeiro samba, Na estrada da vida, lançado por Aracy Cortes no Teatro Recreio e gravado em 1933 por Luís Barbosa. Acredita-se que sua primeira parceria tenha se dado com o compositor José Barbosa da Silva, o Sinhô, no samba de breque Mil e Uma Trapalhadas, cuja gravação aconteceu apenas na década de 60, pelo cantor Moreira da Silva. Seu primeiro samba gravado foi Por favor, vai embora (com Benedito Lacerda e Osvaldo Silva), pela Victor, na interpretação de Patrício Teixeira, em 1932. A partir de então, passou a fazer parte da Orquestra de Romeu Malagueta, como crooner e ritmista (tocava pandeiro).

Em 1933, Almirante gravou sua batucada Barulho no beco (com Osvaldo Silva) e três intérpretes (Francisco Alves, Castro Barbosa e Murilo Caldas) divulgaram seu samba Desacato (com Paulo Vieira e Murilo Caldas), que fez muito sucesso.

Sempre freqüentando o mesmo ambiente de boêmia, fez a apologia do malandro no seu samba Lenço no pescoço, já gravado em 1933 por Sílvio Caldas, que deu início à famosa polêmica com Noel Rosa, o qual respondeu no mesmo ano com Rapaz folgado, contestando a identificação do sambista com o malandro. Sua réplica a Noel veio no samba Mocinho da Vila. Fora do contexto da polêmica, Noel Rosa e Vadico compõem o Feitiço da Vila. No Programa case, Noel improvisa (sem gravar) duas novas estrofes para o Feitiço da Vila e, em cima dos ‘novos’ versos, Wilson compõe Conversa fiada, ao qual Noel contrapôs, em 1935, o samba Palpite Infeliz. O caso terminou com dois sambas seus, Frankenstein da Vila e Terra de cego, que não tiveram resposta. Os dois polemistas conheceram-se entre um e outro desafio e tornaram-se amigos. As músicas dessa polêmica foram reunidas, em 1956, num LP de dez polegadas da Odeon, cantadas por Roberto Paiva e Francisco Egídio - Polêmica.

Continuando sua vida de boêmio-compositor, vendendo sambas e fazendo parcerias "comerciais", conheceu, no Café Nice, na Avenida Rio Branco, o cantor e compositor Erasmo Silva, com quem formou um conjunto, com Lauro Paiva ao piano e Roberto Moreno na percussão. Com o conjunto, realizou apresentações em Campos RJ e, de volta ao Rio de Janeiro, formou, em 1936, uma dupla com Erasmo Silva - a Dupla Verde e Amarelo - que participou da vocalização da orquestra argentina Almirante Jonas, que estava de passagem no Rio de Janeiro, seguindo com ela para Buenos Aires, Argentina, onde ficaram por três meses, ainda em 1936. De volta ao Brasil, trabalharam durante mais de um ano na Rádio Atlântica, de Santos SP, e, depois, na Record, da capital paulista, onde também gravaram, com as Irmãs Vidal, pela Columbia, seu primeiro disco, com Adeus, adeus (Francisco Malfitano e Frazão) e Ela não voltou (dos mesmos compositores e mais Aluísio Silva Araújo). Obtendo certo sucesso, seguiram para uma temporada em Porto Alegre RS, voltando a São Paulo para trabalhar na Rádio Tupi.

A fama viria em 1938, quando a dupla foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, mas já no ano seguinte, com a ida de Erasmo Silva para Buenos Aires, a dupla se desfez. Em 1939 foi apresentado por Germano Augusto ao bicheiro e malandro conhecido por China, a quem venderia muitas músicas. Nessa época, sua temática sofreu modificações, ditadas não só pela associação a novos parceiros, mas principalmente pela influência direta de uma portaria governamental que proibia a exaltação da malandragem.

Ainda em 1939, fez com Ataulfo Alves Mania da falecida e Oh! seu Oscar, samba que se destacou no Carnaval de 1940, vencendo o concurso de músicas carnavalescas do Departamento de Imprensa e Propaganda do governo federal, tendo sido gravado por Ciro Monteiro, intérprete que lançou em disco, também no mesmo ano, os seus sambas Tá maluca (com Germano Augusto) e O bonde de São Januário (com Ataulfo Alves), este último grande sucesso no Carnaval de 1941.

Consagrado desde então, iniciou, com diversos parceiros famosos, uma série de composições, retratando tipos cariocas, que conseguiram êxito na maioria dos Carnavais dos vinte anos seguintes. Ainda em 1940, Moreira da Silva gravou Acertei no milhar (com Geraldo Pereira), que se tornou um dos clássicos do samba de breque; em 1941, Vassourinha lançou em disco outra música sua que se destacou no Carnaval de 1942, Emília, feita com Haroldo Lobo, seu parceiro ainda em Rosalina, destaque carnavalesco de 1945.

Homenageando a torcida do Vasco da Gama, apesar de rubro-negro, compôs com Augusto Garcez No boteco do José, que, na gravação de Linda Batista, fez sucesso no Carnaval de 1946. Três anos depois se destacaria com Pedreiro Valdemar, feito com Roberto Martins e gravado por Blecaute, e, em 1950, obteria enorme êxito com Balzaquiana (com Nássara), lançado em disco por Jorge Goulart. Sua marcha Sereia de Copacabana e o seu samba Mundo de zinco (ambos com Nássara), este gravado por Jorge Goulart, foram muito cantados nos Carnavais de 1951 e 1952, respectivamente.

Para o Carnaval de 1956 compôs com Jorge de Castro a marcha Todo vedete, que teve problemas com a censura por suas referências ao baile dos travestis do Teatro João Caetano; com o mesmo parceiro fez, para o Carnaval dos dois anos seguintes, Vagabundo e Marcha da fofoca, sendo esta última gravada pelo radialista César de Alencar. O Carnaval de 1962 foi um dos últimos de que participou, lançando, em gravação de César de Alencar, Cara boa, marcha feita com Jorge de Castro e Alberto Jesus.

Boêmio até o fim da vida, nos seus últimos anos trabalhou como fiscal da UBC (União Brasileira de Compositores), entidade que ajudou a criar. Foi enterrado na tumba da UBC, no Cemitério do Catumbi.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

1905 ~ 1978


Ismael Silva



Mílton de Oliveira Ismael Silva, cantor, compositor e violonista. Y 14/9/1905, Jurujuba, Niterói, RJ - V 14/3/1978 de enfarte.

Filho de Benjamim da Silva e Emília Corrêa Chaves.

Quando Ismael tinha apenas três anos seu pai faleceu. Seu Benjamim trabalhava como cozinheiro de um hospital, e ao falecer, deixou sua esposa sem recursos para criar seus cinco filhos pequenos. Desamparada, d. Emília apelou para os parentes, que ficaram cuidando de seus seus quatro filhos mais velhos e mudou-se para o Rio de Janeiro, no bairro do Estácio, com o caçula Ismael, para tentar a vida como lavadeira.

Aos sete anos Ismael descobriu que queria estudar. Como sua mãe não atendia a seus apelos de levá-lo à escola, o jovem garoto resolveu seu problema sozinho, de acordo com seu próprio depoimento1 : "(...) um dia, sem ninguém saber, entrei pelo colégio adentro (...). Cheguei na primeira sala, que era da diretora e tal, e ela me perguntou o que eu queria. Eu disse que queria estudar. Tinha fome de saber, eu quero saber ler e tal... Então criou-se um caso: a diretora me chamou... parou as aulas e as professoras vieram para assistir aquilo... era uma coisa diferente...". Matriculado e feliz, Ismael conta que foi um aluno muito aplicado; suas notas eram as mais altas da escola e os professores o escolheram como monitor para ajudar os colegas com dificuldade.

Durante sua juventude Ismael morou em outros bairros, (Rio Comprido e Catumbi) mas voltou ao Estácio, na mesma época em que terminou o ginásio, aos 18 anos. Já compunha e tocava tamborim. Ainda não tocava violão, instrumento que aprendeu muitos anos depois de ficar famoso no meio artístico. Ou seja, para compor precisava apenas batucar. Letra e música nasciam juntas, simultaneamente; Sua primeira composição, o samba Já desisti, nunca foi gravada. Já Me faz carinhos, seu primeiro sucesso, foi gravado em 1925 pelo pianista Orlando Thomás Coelho, conhecido como Cebola. Essa música foi responsável pela aproximação de Francisco Alves e Ismael Silva. O cantor, já muito conhecido, estava interessado pelas belas composições do sambista do Estácio, principalmente Me faz carinhos, e propôs ao compositor que lhe desse exclusividade e parceria, e em troca gravaria todas as suas composições. Empolgado, Ismael não hesitou, e aproveitou para incluir no negócio o seu parceiro, Nílton Bastos, formando assim um trio, que posteriormente ficou conhecido como Bambas do Estácio. Ismael e Nílton compunham e Francisco Alves gravava, entrando também na autoria. Mas em algumas composições da dupla (ou trio) só constava o nome de Francisco Alves. Ofendido, Nílton reivindicou seus direitos. A partir daí as músicas apareciam sempre com o nome dos três.

O Estácio, na década de 20, era um reduto de bons compositores como Rubem Barcelos, seu irmão Bide (Alcebíades Barcelos), Marçal, Edgar Marcelino, Brancura, Nílton Bastos, entre outros, que promoviam famosas rodas de samba. O carnaval carioca ainda era comemorado de forma violenta; os foliões jogavam água suja uns nos outros, quando não farinha, ovos, laranja podre, etc., heranças do famoso entrudo. Diante de inúmeros protestos da polícia, o entrudo foi sendo substituído pelos blocos, cordões e ranchos, sendo este último o responsável pela figura do mestre-sala, da porta-estandarte e de passistas ricamente fantasiados. Os ranchos tinham música própria, cadenciada e foliões bem-comportados que marchavam pelas ruas ao som da marcha-rancho. Esse ritmo lento não agradava os foliões das novas gerações, que buscavam algo mais alegre para o carnaval. Pensando nisso, e também em se livrar da perseguição policial que sofriam, em 1928 Ismael e seus companheiros do Estácio formaram um bloco chamado Deixa falar, que desfilou em 1929 ao som de um ritmo mais acelerado do que o ritmo dos ranchos, com surdos e tamborins marcando esse novo andamento, o samba. Esse bloco foi o precursor das Escolas de Samba, e o curioso nome Deixa falar surgiu porque outros blocos ou "agrupamentos" de outros bairros criticavam muito os sambistas do Estácio, que respondiam simplesmente com a expressão "Deixa falar". Já a palavra "escola", segundo Ismael, surgiu baseada no fato de haver uma escola de ensino normal nas imediações do bairro. Se aquela era uma escola "normal", que formaria professores para a rede escolar, a Deixa falar seria uma escola de samba, pois formaria professores de samba! A Escola desfilou de 1929 a 1931, e consta que não teve continuidade pela perda de dois de seus fundadores, Nílton Bastos, que morreu de tuberculose em 8 de setembro de 1931 e Edgar Marcelino, que foi assassinado em 25 de dezembro do mesmo ano. Desiludido, Ismael mudou-se para o Centro, e a Escola, que já tinha plantado a semente das escolas de samba, teve seu precoce fim.

Com a morte de Nílton Bastos o trio ficou desfalcado, porém Ismael continuava compondo e dando parceria para Chico Viola. Alguns amigos do sambista do Estácio tentaram alertá-lo. Francisco Alves sempre saía ganhando, explorava o compositor. Sem alternativas, ou talvez por puro comodismo, mas consciente e incomodado, Ismael manteve a "parceria". As coisas caminharam tranqüilas até que Ismael, por acaso, conheceu o compositor Noel Rosa. O Rei da Voz estava conversando num bar com Noel quando Ismael chegou com um refrão fresquinho, que tinha acabado de compor. Impressionado com a beleza do estribilho, Noel se ofereceu para fazer a segunda parte. Francisco Alves, empolgado com o talento dos dois compositores, convidou Noel para substituir Nílton Bastos na parceria. O poeta da Vila aceitou, mas como já conhecia os "métodos" do cantor, se preveniu - impôs a condição de que o que fosse feito só por ele não teria parceria. Francisco Alves concordou. Formou-se assim um novo trio, que também ficou conhecido como Bambas do Estácio, além de Batutas do Estácio, Gente Boa e Turma da Vila. Noel e Ismael compunham e geralmente faziam coro nas músicas que Chico gravava, tendo seu nome incorporado à dupla. Noel Rosa, que também tinha feito negócios em troca de composições com Francisco Alves, insistiu muito para que Ismael se tornasse independente.

A "parceria" Noel/Ismael/F. Alves durou até 1934, ano em que Ismael criou coragem para se desvencilhar de Francisco Alves. Afinal, o sambista já era conhecido no meio artístico e vários intérpretes o procuravam para gravar suas músicas; não dependia mais de Chico Viola. Além de sentir-se explorado, Ismael sentia-se humilhado; O Rei da Voz tinha o hábito de apresentar Ismael em seus shows como "o preto de alma branca". Isso magoava muito o sambista do Estácio. Mas de fato o grande problema era a exploração de Francisco Alves, que exigia exclusividade por parte de Ismael e Noel, e, no entanto, gravava músicas de todo mundo. Influenciado por Noel Rosa e outros compositores do meio Ismael pôs fim a esse acordo do qual ele levava sempre a menor parte. Rumo à independência com uma carreira voltada para o sucesso.

Mas a vida dá muitas voltas, e a de Ismael mudou radicalmente. Envolveu-se numa briga de bar e atirou em Edu Motorneiro, um cidadão conhecido nas rodas boêmias cariocas, sem no entanto matá-lo. As razões para ter cometido tal loucura são controversas. Uns dizem que foi para defender sua irmã Orestina, outros dizem que os dois homens estavam disputando a mesma mulher, brigas de ciúme. A segunda hipótese foi rejeitada pelos que conheceram Ismael, pois diziam que não era essa a preferência sexual do compositor. Por mais que tentasse disfarçar, os boatos corriam no meio artístico. Realmente, o único romance de Ismael de que se tem notícia foi com uma passista do Estácio, Diva Lopes Nascimento, em 1936, que durou um mês e gerou uma filha, Marlene Martins Batista. Esse fato só veio ao conhecimento do público no dia da morte de Ismael. Sua filha declarou que o pai não quis registrá-la, mas sabia de sua existência. Ismael só aproximou-se dela no fim da vida. Nenhum outro relacionamento do compositor tornou-se público. Enfim, preso em flagrante, Ismael foi condenado a cinco anos de prisão. "Malandro, inveterado jogador de chapinha, tentando viver de samba numa época em que sambista era quase sinônimo de vagabundo, tinha sido preso inúmeras vezes."2 Envergonhado, o sambista refugiou-se em Teresópolis até o julgamento. Pelo seu bom comportamento enquanto esteve preso, Ismael não precisou cumprir os cinco anos de pena, mas dois. Quando saiu da cadeia estava completamente deslocado; Francisco Alves, antes seu "parceiro", sentindo-se "traído" agora não queria saber mais dele; Noel Rosa, seu grande amigo, morreu quando Ismael ainda estava na cadeia; "(...) um homem de brio, sensível e orgulhoso, Ismael se deixaria dobrar ao peso da vergonha de ser um ex-convicto. Passou a evitar os amigos, o meio artístico, os lugares de sempre. Tinha medo que lhe fizessem perguntas sobre o que tanto queria esquecer. Enfim, desapareceu. Houve até quem o julgasse morto. Sozinho, triste, sem dinheiro, perambulou por aí."3 Sabe-se que foi morar com uma irmã e alguns sobrinhos, mas de repente desapareceu. E só voltou ao convívio dos amigos e familiares a partir da década de 50, quando teve seu grande sucesso Antonico gravado por Alcides Gerardi.

Com sérios problemas financeiros Ismael vivia às custas de minguados direitos autorais, quase uma ninharia. Sempre desempregado, "ele dizia que considerava o samba como seu único trabalho. Mas sabe-se que trabalhou na Central, como chefe de turma da segurança interna e foi auxiliar em um escritório de advocacia. Serviços leves e temporários, pois foi curta sua permanência neles."4

Em 1960 Ismael ganhou dois títulos: Cidadão Samba, numa iniciativa do jornalista Sérgio Cabral, e Carioca Honorário, numa homenagem da Câmara dos Vereadores. Três anos depois ficou muito doente, sofrendo com uma úlcera varicosa. Em 1964 fez algumas apresentações no ZiCartola; Em 1965, participou ao lado de Aracy de Almeida do musical O samba pede passagem, no Teatro Opinião, gravado ao vivo. Nesse mesmo ano seu nome apareceu muito nos jornais. Sem dinheiro, o compositor não tinha meios para assistir ao desfile das escolas de samba. Ismael nunca escondeu o fato de não gostar da transformação que as escolas de samba sofreram, com o passar dos anos. Ele dizia que era um espetáculo bonito, mas agora uma brincadeira cara, sofisticada, não mais acessível ao povo. Mas nem por isso queria abandonar sua criação. Passou a dar entrevistas para ver se conseguia um meio de assistir de perto aquilo que ajudou a criar: "Sou sambista; quer dizer, sou pobre. Tive que me virar e pedir a todo mundo para dar um jeito de eu ir à Presidente Vargas"5. Como não conseguiu o ingresso, o compositor deu nova declaração ao jornal : "É injusto que a criação receba auxílio do governo, enquanto o criador cai no esquecimento".6 No ano seguinte as coisas melhoraram. O compositor foi convidado pelas autoridades do Rio para assistir ao desfile e pelo MIS - Museu da Imagem e do Som, para dar seu primeiro depoimento. Além disso o sambista participou de uma série de shows em universidades, sendo reconhecido como um mito da MPB, ou ainda nas palavras de Vinícius de Moraes, "São Ismael", um apelido carinhoso.

Muito cansado, no fim da década de 60, Ismael ainda estava doente. Buscou ajuda na religião e passou a freqüentar a Igreja Messiânica diariamente. Em 1970, o bar Jogral em São Paulo, reduto da MPB na ocasião, resolveu homenageá-lo. Como estava sentindo-se bem, Ismael viajou para SP, e aproveitou para fazer algumas apresentações e programas de TV.

A genialidade de Ismael está contida em suas músicas. Sua obra influenciou diversos compositores de várias décadas, entre tantos, Chico Buarque. "Em 1972, no seu aniversário, Ismael recebeu um presente muito especial: um bilhete de Chico Buarque de Holanda, que dizia: ‘Ismael, você está cansado de saber da minha admiração pelos seus sambas. Você sabe o quanto lhe devo por toda sua obra. O Sérgio Cabral está lhe entregando o meu presente pelo seu aniversário. É muito menos do que você merece. Um grande abraço, de coração.’ Junto com o bilhete, o presente: um envelope com um cheque."7

Suas apresentações foram ficando esporádicas. Em 1973, Ricardo Cravo Albim produziu o show Se você jurar, com Ismael e a cantora Carmen Costa; ambos iniciaram a carreira com Francisco Alves. Ismael, como compositor exclusivo do Rei da Voz e Carmen, como empregada doméstica do cantor. Dois anos depois o compositor foi homenageado pela Escola de Samba Canarinhos da Engenhoca, de Niterói. Ismael desfilou emocionado e confessou que esse foi um dos melhores carnavais de sua vida.

Em dezembro de 1977 Ismael foi operado da úlcera varicosa que tinha na perna. No ano seguinte, um pouco antes do Carnaval, teve princípio de enfarte, mas foi socorrido a tempo. Mas, em 14 de março de 1978, um fulminante ataque cardíaco o levou. Seu corpo foi velado no MIS (RJ) e sepultado no Cemitério do Catumbi. Ismael Silva compôs um pouco mais de uma centena de músicas, a maioria sambas, e poucas marchas.

Principais sucessos :

* A razão dá-se a quem tem, Noel Rosa, Ismael Silva e F. Alves (1932)
* Adeus, Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves (1931)
* Aliás, Ismael Silva (1973)
* Amor de malandro, Ismael Silva, F. Alves e Freire Júnior (1929)
* Ando cismado, Noel Rosa e Ismael Silva (1932)
* Antonico, Ismael Silva (1950) Antonico com Alcides Gerardi (1950)
* Assim, sim, Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves (1932)
* Boa viagem!, Noel Rosa e Ismael Silva (1934)
* Coisa louca, Ismael Silva (1973)
* Com a vida que pediste a Deus, Ismael Silva (1939)
* Contrastes, Ismael Silva (1973)
* Dona do lugar, Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves (1932)
* Gosto, mas não é muito, Noel Rosa, Ismael Silva e F. Alves (1931)
* Liberdade, Ismael Silva e Francisco Alves (1931)
* Me diga o teu nome, Ismael Silva, Nílton Bastos e F. Alves (1931)
* Nem é bom falar, Ismael Silva, Nílton Bastos e F. Alves (1930)
* Novo amor, Ismael Silva (1929)
* O que será de mim?, Ismael Silva, Nílton Bastos e F. Alves (1931)
* Para me livrar do mal, Noel Rosa e Ismael Silva (1932)
* Quem não quer sou eu, Noel Rosa e Ismael Silva (1933)
* Se você jurar, Ismael Silva, Nílton Bastos e Francisco Alves (1930) Se você jurar com Mário Reis e Francisco Alves (1930)
* Sofrer é da vida, Ismael Silva, Nílton Bastos e F. Alves (1931)
* Tristezas não pagam dívidas, Ismael Silva (1932)
* Uma jura que fiz, Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves (1932)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

AGENDA:

DIA: 16/12 "PROJETO QUINTA VIVA DO SAMBA " BECO DA LAMA.ÀS 19:00HS

DIA:18/12 FESTA PARTICULAR ÀS 13:00HS

DIA:19/12 FESTA PARTICULAR ÀS 13:00HS


DIA:21/12 TAVERNA PUB ÀS 22:30

DIA 23/12 QUINTA VIVA DO SAMBA BECO DA LAMA ÀS 19:00HS!!ULTIMO SAMBA DO ANO VAMOS VENHA FESTEJAR JUNTO COM O GRUPO ARQUIVO VIVO!!!!!



DIA:06/01 BECO DA LAMA PRIMEIRO SAMBA DO ANO.ÀS 19:00HS


DIA:08/01 SEIS EM PONTO PRAIA EM PIRANGI ÀS 14:00HS

DIA:13/01 BECO DA LAMA ÀS 19:00 ÀS 19:00HS

DIA:20/01 BECO DA LAMA ÁS 19:00HS

DIA:22/01 SEIS EM PONTO PRAIA EM PIRANGI ÀS 14:00HS.

arquivo vivo

Paulo da Portela

Paulo Benjamim de Oliveira, mais conhecido como "Paulo da Portela", nascido em 17 de junho de 1901, teve um infância difícil no bairro da Saúde, no Rio de Janeiro. Ainda novo, seu pai abandona a família deixando a mãe de Paulo com três filhos para criar sozinha. Paulo deixou os estudos para ajudar a família, trabalhando como entregador de marmitas e lustrador de móveis.

Na década de 20 a família se muda para o bairro de Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio, onde os moradores já cantavam e dançavam o jongo e nessa época o samba começava a tomar seu espaço. Foi quando começou a tomar gosto pelo samba e conheceu gente como Ismael Silva, Baiaco e Brancura, sambistas do Estácio.

Paulo da Portela foi o grande organizador do samba em Oswaldo Cruz. Muito além disso, sua simpatia e determinação fizeram dele um líder comunitário e uma referência cultuada pelos moradores do bairro. Tinha consciência de que a arte de Oswaldo Cruz era rica e poderia tornar-se profissional, daí a preocupação em diferenciar a imagem do sambista do malandro vadio perseguido pela polícia. Paulo era conhecido por "professor" e é assim que muitos sambistas, ainda hoje, se referem a ele.

Em 1922 criou com seus companheiros, Antônio Rufino e Antônio Caetano o bloco Baianinhas de Oswaldo Cruz. Em 1930 o grupo se apresentou pela primeira vez como Escola de Samba, com o nome "Quem Nos Faz É O Capricho" e a partir de 1931, desfilou com o nome de "Vai Como Pode".

Foi nessa época que, Paulo resolveu adotar um nome artístico para diferenciá-lo de outro compositor de Bento Ribeiro com o mesmo nome. Passou então a ser conhecido como "Paulo da Portela", nome que faz referência à Estrada do Portela, lugar onde após várias mudanças a escola de samba do bairro estabeleceu sua sede.

Em 1935 a Vai como Pode ganha o carnaval com um samba de Paulo e como retribuição pelo samba vencedor a escola muda de nome. Nascia o Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, 21 uma vezes campeã e escola com maior número de títulos do carnaval carioca. No mesmo ano Paulo ganha do jornal "A Nação" o título de maior compositor de samba do brasil.

Um fato curioso: Certo dia, lá pelo início dos anos 80, um pai de santo apareceu no terreiro da portela e pediu para ver o organizador do desfile. Ao encontrá-lo ofereceu-lhe um compo de cachaça, que o portelence se recusou a tomar. Foi rogada uma praga sobre a escola dizendo que a Portela ficaria 25 anos sem ganhar um carnaval. A Portela não conquista um título desde 1984, há exatos 25 anos!

Durante a década de 40 apresentou na Rádio Cruzeiro do Sul o programa A Voz do Morro, ao lado de Cartola e Heitor dos Prazeres.

Em 1941, após um desentendimento em pleno desfile, Paulo rope relações com sua querida Portela, logo após a escola vencer mais um carnaval com um samba de sua autoria. Paulo deixou com grande tristeza a escola que fundou, e sua mágoa ficou registrada no seu samba "O meu nome já caiu no esquecimento".


"O meu nome já caiu no esquecimento
O meu nome não interessa a mais ninguém
E o tempo foi passando, a velhice vem chegando
Já me olham com desdém

Ai quanta saudade do passado
Que se vai lá no além

Chora cavaquinho chora, chora violão também
O Paulo no esquecimento não interessa a mais ninguém
Chora Portela, minha Portela querida
Eu que te fundei, serás minha toda a vida"


Em 31 de janeiro de 1949, contrariando seus versos, o Rio de Janeiro parou. A poucas semanas do carnaval, Paulo da Portela morria com 47 anos, vítima de um ataque cardíaco.

O comércio do bairro de Madureira fechou e mais de 15 mil pessoas foram em luto se despedir do poeta, caminhando de sua casa, no subúrbio de Oswaldo Cruze cantando seus sambas até o cemitério de Irajá.

Vinicius Terror

Fontes de consulta:
André Diniz - Almanaque do Samba
www.pstu.org.br/cultura
www.samba-choro.com.br

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Riachão nasceu Clementino Rodrigues em Língua de Vaca, bairro do Garcia, em Salvador. O dia 14 de novembro de 1921 entra para a história da música baiana como o dia do nascimento de seu sambista mais representativo. Seu modo peculiar de compor tem características de crônica. Em suas letras, quase sempre irreverentes, desfila o povo baiano da antiga Salvador, com suas baianas de acarajé, seus malandros de terno branco e seus capoeiras atrevidos. O apelido ‘Riachão’, segundo o sambista revelou ao extinto jornal Diário de Notícias, o acompanha desde a infância: ‘Quando menino, eu gostava muito de brigar. Mal acabava uma peleja, já estava eu disputando outra. E aí chegavam os mais velhos para apartar, empregando aquele ditado popular: você é algum riachão que não se possa atravessar?’.

Sambista Atrevido

Desde os 9 anos de idade, Riachão já cantava nas serenatas ou nas batucadas do bairro do Garcia. Gostava de batucar em latas d’água. A primeira composição veio aos 12 anos, um samba sem título que dizia: ‘Eu seu que sou moleque, eu sei / conheço o meu proceder / deixe o dia raiar que a minha turma / é boa para batucar’.

Aos 23 anos, ingressa na Rádio Sociedade, onde canta com um trio vocal no programa de auditório ‘Show Pindorama’, da emissora de rádio Sociedade AM. O trio de Riachão interpretava de serestas à toadas sertanejas. Riachão não demora a romper com o trio e se apresentar sozinho – queria, na verdade, se dedicar apenas ao samba, sob forte inspiração de Dorival Caymmi.
Depois de Caymmi, por sinal, Riachão foi o primeiro compositor baiano a gravar no Rio de Janeiro, ainda na década de 50. As músicas foram ‘Meu Patrão’, ‘Saia’ e ‘Judas Traidor’, todas gravadas por Jackson do Pandeiro.

Ele opta por seguir o caminho do samba irreverente, compondo sambas bem-humorados como ‘Retrato da Bahia’ e ‘Bochechuda e Papuda’, ganhando o Troféu Gonzaga com essas músicas. Mais tarde foi gravado pelo cantor Eraldo Oliveira (‘A Nega não quer Nada’) e pela cantora Marinês (‘Terra Santa’).

Umbigão da Baleia

Entre 1948 e 1959, Riachão compos pérolas como ‘A Morte do Motorista da Praça da Sé’, ‘A Tartaruga’, ‘Visita da Rainha Elisabeth’ e ‘Incêndio no Mercado Modelo’, verdadeiras crônicas, escritas em linguagem popular e direta. Na década de 60, um fato inusitado acabou virando samba: uma baleia chamada ‘Moby Dicky’ veio ser exposta para visitação pública na Praça da Sé, causando imenso furor entre as crianças. Com o olhar do cronista, Riachão compos a ‘Umbigada da Baleia’. O senso quase jornalístico de Riachão também pode ser conferido no samba ‘A Morte do Alfaiate’, também dessa época.

Anos 70 e Registros Fonográficos

Apesar de reconhecido pela crítica e por grandes artistas da MPB, Riachão não consegue se inserir no mercado. Os shows são raros e são poucos os registros fonográficos (o único até então era o compacto de 78 rpm de ‘Umbigada da Baleia’, gravado nos anos 60). Por iniciativa de Paulo Lima e da gravadora Philips, em 75 ele grava um álbum reunindo a nata do samba baiano. O ‘Samba da Bahia’ traz, além de Riachão, os sambistas Batatinha e Panela. Entre os sambas gravados se destacam ‘Pitada de Tabaco’, ‘Ousado é Mosquito’ e ‘Até Amanhã’.


Caetano & Gil

Em 1972, Caetano Veloso e Gilberto Gil voltam do exílio em Londres. Em Salvador, pretendem escolher a música de um compositor baiano para marcar sua volta ao mercado fonográfico nacional. A escolhida foi ‘Cada Macaco no seu Galho’, de Riachão, que estourou nas rádios do País. Nos anos de chumbo da Ditadura Militar, Riachão tem um samba proibido pela Censura. A música se chamava ‘Barriga Vazia’ e a letra falava da fome: ‘Eu, de fome, vou morrer primeiro / você, de barriga, também vai morrer um dia’. A notícia da censura corre a cidade e, num show, no ICBA, em 1976, a platéia universitária exige que Riachão a cante. O público pede com tanto entusiasmo que os músicos começam a executá-la e Riachão se vê obrigado a cantar o samba, fato que repercutiu na imprensa como uma ‘provocação’ do sambista aos militares.

Sonho de Malandro e o Ostracismo

Em 1973 grava o álbum ‘Sonho de Malandro’, patrocinado pelo Desenbanco em comemoração aos 15 anos da empresa onde trabalhava desde 71. No disco, predominam os sambas maliciosos que também identificam a sua obra, temperados com metais, acordeon, flauta, coro de pastoras e até um regional de choro. Destacam-se as faixas ‘Quando o Galo Cantou’ e ‘Eu também Quero’, que relata o aparecimento do tíquete-refeição: ‘Essa turma que trabalha muito cedo/ vem a fome que faz medo/ e faz a barriga roncar/ vai no caixa compra tique/ pega tique/ leva o tique/ dá o tique/ para poder almoçar’. O disco, porém, não emplaca, vende pouco, é mal divulgado. E Riachão cai num relativo ostracismo artístico, se apresentando apenas para platéias universitárias, no Rio de Janeiro.

Novo Registro em 2000

Depois de um hiato de quase 20 anos, Riachão grava um CD somente em 2001, onde o sambista divide as faixas com nomes como Caetano Veloso (‘Vá Morar com o Diabo’) e Dona Ivone Lara (‘Até Amanhã’), entre outros. Todos os seus maiores sucessos são registrados

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Paulo César Pinheiro

Menu do Autor:

Vidência




Último texto

Vidência

Paulo César Pinheiro


Eu vi uma velha, um velho e vi um menino.
E sobre as mãos e o colo da anciã
Eu vi a renda, a agulha, o bilro e a lã
Com que tecia as malhas do Destino.


Eu vi uma velha, e vi um menino e um velho.
E o quase cego olhar desse ancião
Tentava achar em nosso coração
Vestígio ao menos de seu Evangelho.


Eu vi um menino, um velho e vi uma velha.
E esse menino me arrastava a ela.
E a luz do velho se fechava em breus.


Chama-se Tempo esse menino forte.
E a costureira, pois, chama-se Morte.
E o velho cego, então, chama-se Deus.


Paulo César Pinheiro nasceu na cidade do Rio de Janeiro aos 28/04/1949. Com seu primeiro parceiro, João de Aquino, compôs "Viagem", em 1964. A partir de 1965 deu início à parceria com o violonista Baden Powell, que durou muitos anos e abriu as portas do sucesso para sua poesia. "Lapinha", "Quaquaraquaqua", "Aviso aos navegantes" e "Refém da solidão" foram algumas das canções que surgiram nessa época. É parceiro de inúmeros compositores nacionais, tendo mais de 1.500 composições de sua lavra. Em 1983 lançou o LP "Poemas Escolhidos", registrando 33 poemas de sua autoria. Tem três livros publicados: "Canto Brasileiro" (1973), "Viola Morena" (1984) e "Atabaques, Violas e Bambus" (2000). Em 2003, foi agraciado com o Prêmio Shell de Musica Brasileira.


Poema extraído do livro "Viola Morena", Edições Tempo Brasileiro – Rio de Janeiro, 1984, pág. 33.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Noel Rosa



Noel de Medeiros Rosa, cantor, compositor, bandolinista e violonista. Y 11/12/1910 , Rio de Janeiro, RJ - V 04/05/1937, Rio de Janeiro, RJ.

O pai, Manuel Garcia de Medeiros Rosa, era comerciante, e a mãe, Martha de Medeiros Rosa, professora. O único irmão, Hélio de Medeiros Rosa, era 4 anos mais novo.

Proveniente de uma família de classe média baixa, Noel carregaria pelo resto de sua vida as marcas de um parto forçado que lhe causara fratura e afundamento do maxilar inferior, além de ligeira paralisia facial no lado direito do rosto. Foi operado aos 6 anos e, aos 12, colocou uma prótese.

De 1913 a 1928 Noel estudou no tradicional colégio São Bento. Nessa época, por mau gosto dos colegas, recebeu o apelido de "queixinho".

Aos 13 anos aprendeu a tocar bandolim de ouvido, com a mãe, fato marcante em sua vida, pois a partir daí, percebera que a sua grande habilidade instrumental tornava-o importante diante de outras pessoas. Do bandolim para o violão, foi um passo. Em 1925, dominava completamente o instrumento, participando ativamente das serenatas do bairro.

Enquanto Noel ensaiava os primeiros acordes musicais, estava em voga a música nordestina e os conjuntos sertanejos. O garoto logo se interessou pelas canções, toadas e emboladas da época. Acompanhando a novidade, um grupo de estudantes do Colégio Batista e mais alguns moradores do bairro de Vila Isabel formaram um conjunto musical, denominado "Flor do Tempo". Reformulado para gravar em 1929, o grupo passou a se chamar "Bando de Tangarás". Alguns de seus componentes se tornariam mais tarde grandes expoentes de nossa música: João de Barro, Almirante, e Noel, que já era um bom violonista.

Ainda em 1929, compôs as suas primeiras músicas. Dentre elas a embolada Minha viola e a toada Festa no céu. Em 1930, conheceu seu primeiro grande sucesso Com que roupa, apresentado em espetáculos do Cinema Eldorado. Já se podia notar sua veia humorística e irônica, além da crônica da vida carioca, marcante em toda a sua obra. Em 1931 ainda compunha músicas sertanejas como Mardade de cabocla e Sinhá Ritinha, optando depois definitivamente pelo samba. Em apenas 8 anos de atividade compôs 259 músicas e teve mais de 50 parceiros.

Em 1931 entrou para a faculdade de Medicina, sem, no entanto, abandonar o violão e a boemia. O samba falou mais alto pois largou o curso meses depois.

A partir de 1933 travou a famosa polêmica musical com o compositor Wilson Batista.

Nesse mesmo ano conheceu sua futura esposa, Lindaura, que quase lhe deu um filho: ao cair de uma goiabeira no quintal de sua casa, Lindaura perdeu o bebê

Apesar de fortes problemas pulmonares, Noel não largava a bebida e, com bom humor e ironia, formulou uma teoria a respeito do consumo de cerveja gelada. Segundo ele, a temperatura fria da cerveja acabava paralisando os micróbios, livrando-o da tosse. Com isso, ia ludibriando os amigos e a si mesmo.

Por essa ocasião Noel precisou transferir-se para Belo Horizonte devido à lesão pulmonar que o acometera subitamente. A capital mineira tornara-se o local ideal para o tratamento prolongado. Lá não havia bares, nem botequins ou as estações de rádio que Noel freqüentava tanto.

A viagem à capital mineira surtiu efeito temporariamente; Noel havia engordado 5 quilos e apresentava sinais de melhora. Entretanto, a boemia falou mais alto. Não tardaria muito para que o compositor descobrisse os segredos da vida noturna da capital mineira, entregando-se novamente às cantorias e bebedeiras. Noel e a esposa estavam instalados na casa de tios que, ao descobrirem as saídas noturnas às escondidas de Noel, mandaram o casal de volta ao Rio.

Nos últimos meses de 1936, Noel não mais saía, preferindo evitar as pessoas, sobretudo as que o questionavam sobre o seu estado de saúde. A única pessoa que o poeta visitava era o sambista e compositor Cartola, lá no morro.

No início de 1937, numa outra tentativa de recuperação, Noel e Lindaura rumaram para Nova Friburgo, em busca do ar puro da montanha. Em vão, pois Noel se deprimia, sentindo falta da Vila Isabel.

Ao voltar para o Rio, a doença já havia o tomado por inteiro; sentia-se fraco, melancólico, apático. Alguns amigos sugeriram-lhe que passasse uns tempos na tranqüila cidade de Piraí (RJ). Mais uma vez, o casal partiu rapidamente, mas, certa noite, Noel sentiu-se muito mal, tendo que retornar às pressas para casa. Já se sabia que o poeta se encontrava em fase terminal. Na noite de 4 de maio deste mesmo ano, nos braços de Lindaura, em seu quarto no chalé, Noel veio a falecer de tuberculose aos 26 anos de idade. A notícia não pegou ninguém de sobressalto, pois, a essa altura, a sua morte já era dada como certa.

Principais sucessos :

*

Adeus, Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves, 1931
*

A.E.I.O.U.,Noel Rosa e Lamartine Babo, 1931
*

Até amanhã, Noel Rosa, 1932
*

Cem mil réis, Noel Rosa e Vadico, 1936
*

Com que roupa?, Noel Rosa, 1929 Com que roupa com Noel Rosa (1930)
*

Conversa de botequim, Noel Rosa e Vadico, 1935
*

Coração, Noel Rosa, 1932
*

Cor de cinza, Noel Rosa, 1933
*

Dama do cabaré, Noel Rosa, 1934
*

De babado, Noel Rosa e João Mina, 1936
*

É bom parar, Noel Rosa e Rubens Soares, 1936
*

Feitiço da Vila, Noel Rosa e Vadico, 1936
*

Feitio de oração, Noel Rosa e Vadico, 1933
*

Filosofia, Noel Rosa e André Filho, 1933
* Fita amarela, Noel Rosa, 1932
*

Gago apaixonado, Noel Rosa, 1930
*

João Ninguém, Noel Rosa, 1935
*

Minha viola, Noel Rosa, 1929
*

Não tem tradução, Noel Rosa, 1933
*

O orvalho vem caindo, Noel Rosa e Kid Pepe, 1933
*

O x do problema, Noel Rosa, 1936
*

Palpite infeliz, Noel Rosa, 1935
*

Para me livrar do mal, Noel Rosa e Ismael Silva, 1932
*

Pastorinhas, Noel Rosa e João de Barro, 1934 Pastorinhas com Sílvio Caldas (1937)
*

Pela décima vez, Noel Rosa, 1935
*

Pierrô apaixonado, Noel Rosa e H. dos Prazeres, 1935 Pierrô apaixonado com Joel e Gaúcho (1935)
*

Positivismo, Noel Rosa e Orestes Barbosa, 1933
*

Pra que mentir, Noel Rosa e Vadico, 1937
*

Provei, Noel Rosa e Vadico, 1936
*

Quando o samba acabou, Noel Rosa, 1933
*

Quem dá mais?, Noel Rosa, 1930
*

Quem ri melhor, Noel Rosa, 1936
*

São coisas nossas, Noel Rosa, 1936
*

Tarzan, o filho do alfaiate, Noel Rosa, 1936
*

Três apitos, Noel Rosa, 1933
*

Último desejo, Noel Rosa, 1937 Último desejo com Arai de Almeida (1937)
*

Você só...mente, Noel Rosa e Hélio Rosa, 1933

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

arquivo vivo na historia do samba!!!

l » Artistas

BATATINHA, O DIPLOMATA DO SAMBA BAIANO

O JOVEM OSCAR DA PENHA.

Batatinha, ou melhor, Oscar da Penha, nasceu em Salvador, na Maternidade Climério de Oliveira, em 5 de Agosto de 1924. Filho de família pobre, e numerosa (9 irmãos), morava na antiga rua dos Campelas, hoje 3 de Maio, no Pelourinho, bairro de onde nunca sairia em toda a sua vida. Logo cedo o menino Oscar e seus irmãos ficaram órfãos por parte de pai. Aos dez anos foi trabalhar numa marcenaria para ajudar a família. Ali ficou até os 14 anos quando ingressou como office-boy no "Diário de Notícias", jornal do grupo dos "Diários Associados", de Assis Chateaubriand. Após atingir a maioridade, foi promovido a auxiliar tipográfico. Trabalhou também no periódico “Estado da Bahia”, sendo depois, como profissional de gráfica (prelista emendador), admitido como funcionário público da Imprensa Oficial (hoje Empresa Gráfica da Bahia), função que manteve até a sua aposentadoria. Era casado com Marta dos Santos Penha e juntos tiveram nove filhos.

Desde os 15 anos já compunha suas músicas, mas começou na carreira artística no rádio, inicialmente como cantor em 1944, levado pelas mãos do pernambucano Antonio Maria, que estava chegando a Salvador para dirigir a Rádio Sociedade da Bahia, emissora do grupo dos "Diários Associados" do famoso jornalista Assis Chateaubriand. O programa era intitulado "Campeonato do Samba". Observando o jovem Oscar cantarolando coisas inéditas suas, e de artistas da época, especialmente do cantor paulista Vassourinha, o futuro autor de "Ninguém me ama/ninguém me quer.." é o primeiro a lhe incentivar a mostrar suas composições. A partir de então, Oscar da Penha tornava-se um participante ativo desse mundo do rádio, concorrendo como calouro e como compositor. Foi assim que tirou um segundo lugar cantando 212, um samba de Roberto Martins e Mário Rossi.

Àquela época o rádio era o ponto central das atenções das pessoas, sendo a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, um modelo de inspiração para todo o país. Por sua vez, a Rádio Sociedade da Bahia era uma das mais importantes do Norte/Nordeste, possuindo um cast de locutores, operadores, atores, cantores e até uma orquestra sinfônica. Os sambas de Oscar da Penha passaram então a fazer parte do repertório dos programas da emissora.

SURGE O BATATINHA

Mas, de onde vem o nome artístico, Batatinha? Esse episódio tem uma história curiosa e que demonstra a grandeza do Sr Oscar da Penha. Por causa das suas vitórias nesses concursos de sambas, os seus admiradores passaram a lhe elogiar, dizendo: "Oscar da Penha, você é batata!" (expressão que seria semelhante a bamba na gíria carioca). Determinada noite, o compositor e locutor Antonio Maria, em um dos programas, anunciou: "E agora senhoras e senhores, ouvintes da Rádio Sociedade da Bahia, o compositor Oscar da Penha, o nosso Batatinha!". Outras versões dizem que o apelido dado pelo compositor de "Menino Grande" teria sido apenas "o Batata", e que o Oscar da Penha, na sua humildade, teria retrucado: "Não sei se sou batata, acho que sou apenas uma pequena batata, uma batatinha". Daí teria vingado o seu nome artístico – Batatinha - a partir de então, referência para o mundo do samba baiano. Esta última versão foi confirmada pessoalmente pelo próprio compositor, em entrevista concedida ao produtor Fernando Faro, no programa "Ensaio" TV Cultura, SP, acrescentando que o Antonio Maria, com este apelido, fazia também uma alusão ao cantor paulista Vassourinha, que era o sambista preferido do Batatinha, quando este se apresentava como calouro.

Como já foi aqui registrado, Oscar da Penha, o Batatinha, fazia suas músicas, desde a década de 1940, entretanto, a primeira gravação em disco dos seus sambas só aconteceria em 1960, através do cantor carioca Jamelão. Isto se deu pela amizade que “o eterno cantador dos sambas-enredos da Mangueira”, mantinha com os compositores baianos, desde que passara a visitar, com freqüência, a cidade de Salvador, especialmente durante os festejos de Iemanjá, no bairro de Amaralina. Ciceroneado pelo também saudoso cantor e compositor baiano, Tião Motorista, àquela época motorista de táxi, Jamelão viria a conhecer todos os sambistas de Salvador da época, e entre eles, Oscar da Penha. Dessa amizade sairia a promessa de gravar uma música do Batatinha. De volta ao Rio de Janeiro, levando na bagagem um repertório de sambas dos baianos, o intérprete favorito de Lupicínio Rorigues, entre outras composições, escolheria para gravar "Jajá da Gamboa", de Batatinha. Esta foi a chave que abriu caminho para o compositor no sul do Brasil.

Um outro momento importante para o nosso biografado, ainda no ano de 1960, deu-se com a inclusão de uma música sua, "Diplomacia", na trilha sonora do filme "Barravento”, do genial cineasta baiano, Gláuber Rocha. Neste filme essa canção é interpretada por um personagem de um pescador (Meu desespero ninguém vê / Sou diplomado em matéria de sofrer)

A IMPORTÂNCIA DE MARIA BETHANIA

Na verdade, a primeira pessoa a difundir nacionalmente o nome de Batatinha, foi Maria Bethania, que já em seu primeiro álbum, "Maria Bethania", RCA Victor, 1965, lançou, unidos numa mesma faixa, dois sambas dele: "Só Eu Sei" e "Diplomacia" (com J. Luna). Em 1971, ela o homenageia de novo, inserindo no show-disco, "Rosa dos Ventos", Phillips, um bloco todo dedicado a ele, onde explicita o seu carinho e amor pela obra do mestre. Bethania dá o seu depoimento sobre o compositor e canta "Toalha da Saudade", "Imitação" e "Hora da Razão" (a primeira e a última em parceria com J.Luna).

Em 1972, no disco "Drama", Phillips, Maria Bethania, mais uma vez, grava Batatinha. Desta feita foi a canção "O Circo", uma marcha rancho que fala da tristeza de um menino pobre que, na impossibilidade de assistir a um espetáculo de circo, se conforma em ficar do lado de fora da lona ouvindo apenas as gargalhadas do público ("todo mundo vai ao circo / menos eu, menos eu/ como pagar ingresso / se eu não tenho nada?/ fico de fora escutando a gargalhada").
Pronto! O Brasil, pouco a pouco, começa a conhecer aquele compositor de rara inspiração, ombreando no mesmo nível de criação popular, com um Cartola ou um Nelson Cavaquinho, conforme opinião do cantor e compositor Paulinho da Viola, inserida na contracapa do disco “Samba da Bahia”.

Vários fatores contribuíram para que a obra de Batatinha quase ficasse no anonimato total. Era um homem simples e que não via a música como objeto apenas de consumo. Por isso nunca se preocupou em “catituar” espaço para as suas composições. Enquanto muitos artistas baianos, em busca do sucesso, migravam para o Sul do país, ele permaneceria em sua Salvador, no seu Pelourinho, freqüentando tranqüilamente as suas rodas de sambas e boêmias com os amigos. Era uma pessoa desprovida de ambições na vida, nasceu pobre e morreu pobre. Formava com o alegre Riachão, sua antítese no comportamento musical, com Panela (também falecido no anonimato), e mais tarde com os mais jovens companheiros, como Edil Pacheco, Ederaldo Gentil, Tião Motorista e Walmir Lima, o QG de resistência do samba na Bahia.

ENFIM, AS PRIMEIRAS GRAVAÇÕES COM SUA VOZ.

A sua estréia em disco deu-se no ano de 1968, através de um compacto duplo da extinta gravadora JS, que teve o título "Batatinha, Futebol Clube". Alguns anos depois, em 1973, após uma temporada na Bahia, o compositor Paulinho da Viola, levou para o Rio de Janeiro as notícias da existência daquele excelente grupo de sambistas baianos. Foi então que a gravadora Polygram, através de seu selo Fontana-Especial, resolveu produzir um disco com esses artistas.

O diretor de produção, Paulo Lima, improvisou um estúdio no teatro Vila Velha, em Salvador, registrando o disco intitulado "Samba da Bahia", onde Batatinha estreava como cantor e com as suas próprias canções. Dividindo o projeto com ele, estavam os também estreantes em disco, o Riachão (responsável por sete músicas do lado A) e o Panela (cantando nas faixas 5 e 6 do lado B). Batatinha gravaria as faixas 1,2,3 e 4 do lado B, "Diplomacia:" (c/ J. Luna), Ministro do Samba (uma homenagem ao Paulinho da Viola), "Inventor do Trabalho" (essa seria mais tarde gravada por Nora Ney) e "Direito de Sambar".

Esse disco, hoje raridade apenas em LP (vinil), está a merecer uma reedição como documento histórico. Na contracapa deste trabalho há um depoimento de Maria Bethania e um texto do Paulinho da Viola. O autor de "Foi Um Rio que Passou Em Minha Vida" assim se expressa sobre Batatinha: "felicidade para aqueles que têm o privilégio de estar perto dele e conhecê-lo. Eu o coloco ao lado de um Nelson Cavaquinho e um Cartola....Batata, sinto um prazer imenso em ser seu amigo..."
Em 1976, Batatinha entrou no estúdio da gravadora Continental, para registrar, o seu primeiro disco solo, o "Toalha da Saudade". Na contracapa, o jornalista baiano, Jehová de Carvalho, fala um pouco das dificuldades do amigo compositor, revelando que ele tinha, às vezes, que vender seus sambas para "figuras inescrupulosas", como forma de sobrevivência. Nesse LP encontra-se a belíssima canção "Espera", em parceria com Ederaldo Gentil. Essa canção foi recentemente regravada pelo cantor Luiz Melodia, para o CD, "Pérolas Finas", disco independente, promovido por amigos em homenagem ao cantor e compositor Ederaldo Gentil, outro grande esquecido do samba baiano. O disco "Toalha da Saudade", do Batatinha, também ainda não foi reeditado em CD.

Uma das músicas dessa fase do mestre Batata, "Hora da Razão" (c/ J. Luna), seria regravada no ano seguinte por Caetano Veloso (com aquele toque mágico de sempre), no seu disco dedicado ao carnaval, "Caetano...Muitos Carnavais..." Phillips, 1977. Mesmo assim, com esse prestígio e reconhecimento por parte de artistas e músicos, o mestre continuava um ilustre quase desconhecido para a grande maioria do resto do país.

Em 1994 houve uma movimentação de seus amigos e admiradores e, com o patrocínio da Fundação Cultural do Estado, foi gravada a sua terceira bolacha (disco vinil de 12 pols) solo, "Batatinha - 50 Anos de Samba". As primeiras tiragens (poucas, é verdade) foram esgotadas rapidamente, então, novamente os mesmos amigos e admiradores, bancaram outras prensagens desse disco. Esta nova distribuição saiu com uma capa diferente da edição original, embora o disco em si fosse o mesmo. Esse registro continua inédito em versão CD, permanece como um tesouro de alguns fãs e colecionadores, portanto é coisa rara como os outros LPs. Neste trabalho fonográfico, Batatinha registraria, entre outras canções, a antológica, "O Circo", além de homenagear Gordurinha, outro importante autor baiano, da mesma forma relegado ao ostracismo.

DIPLOMACIA, O CANTO DO CISNE.

Mais uma vez o velho Batata estava totalmente esquecido e esnobado por aqueles que detêm o poder de dizer o que deve ser gravado e/ou tocado na MPB. Por isso Batatinha era “um produto” descartado do mercado fonográfico. Curiosamente foi devido, indiretamente, a esse fenômeno batizado indevidamente de axé-music, vilão responsável pela inversão de valores no mundo fonográfico baiano, o motivo para que Batatinha retornasse à mídia e, conseqüentemente, ao disco. Os compositores conterrâneos Paquito, J. Velloso e Jorge Portugal, escreveram uma série de artigos pelos jornais de Salvador, onde "desciam o malho" na chamada axé-music, e a sua exclusividade massacrante imposta nas execuções das estações de rádio locais (o famoso JABÁ). Em determinado momento, citaram o nome de Batatinha como exemplo desse descaso com a nossa verdadeira música baiana. Um dos debatedores resolveu perguntar por que a indústria fonográfica não fazia um disco com o velho mestre Batatinha. Como não houve resposta dos empresários do setor, "resolvemos, então, encampar o projeto sozinhos", diz Paquito, um dos idealizadores do disco.

Munidos de um pequeno gravador, Paquito e J. Veloso, este último sobrinho de Caetano Veloso, localizaram o mestre, já neste tempo, com problemas graves de saúde. Fizeram várias entrevistas com ele, e se espantaram, vendo que ele não havia feito registro algum de suas composições. O seu arquivo era a sua memória, nem um simples caderno, nada! Foi um trabalho de paciência, de amor mesmo de fãs para com seu ídolo, numa fase decisiva da vida do compositor. Enquanto respondia às perguntas e cantarolava suas canções, Batatinha batucava na caixinha de fósforos, o instrumento que usava para compor. Desta forma ele ia recordando suas canções. Paquito e J. Veloso conseguiram recuperar, desta forma, cerca de 70 músicas, muitas das quais inéditas. Em conjunto com o autor, foram selecionadas 16 das suas mais representativas músicas, sendo que esse material serviu de base para o CD homenagem, intitulado, "Diplomacia - Antologia de um Sambista", EMI-ODEON - 1977. Paquito e J. Veloso foram responsáveis pela produção do disco, sendo esse o primeiro trabalho da dupla nesse particular.

O projeto demandou dois anos para ser concluído. O próprio compositor convidou seus velhos companheiros do samba baiano, Riachão, Valmir Lima, Edil Pacheco e Nelson Rufino, além de Maria Bethania, sua principal e maior divulgadora, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e a mineira/baiana, Jussara Silveira, na época grande revelação como cantora. Uma falta notada no disco foi a do velho parceiro Ederaldo Gentil, afastado da vida artística por problemas de saúde. Infelizmente Batatinha já andava bastante doente e não teve a alegria de ver esse disco acabado.

Nesse percurso, mesmo confiante em ver o seu primeiro CD pronto, a doença se agravara, sendo ele internado no hospital para não mais sair com vida. Algum tempo depois de ter colocado a sua voz, já um pouco fraca, nas doze canções que interpreta nesse disco, no dia 3 de janeiro de 1997, aos 72 anos, morreria de um câncer fulminante na próstata, o velho Batatinha, o Diplomata do Samba Baiano.
No trabalho de garimpagem de Paquito e J. Veloso, eles afirmam terem encontrado composições alegres e jocosas, que festejam a boêmia e a malandragem sadia. Nesse seu primeiro, e último CD póstumo, encontramos uma prova de que Batatinha nem sempre era um compositor de temas tristes. A mostra está nas hilariantes canções, "Jajá da Gamboa", "De Revólver, Não!" e "Bebé Diferente", onde, nesta última, ele retrata um bebé malandro que, em vez de leite, quer mamar outra coisa (pinga).

Após a sua partida, poucas homenagens lhe foram feitas, é verdade, porém algumas merecem registro. A TV Cultura, SP, através de Fernando Faro, um dos maiores responsáveis pela memória musical do país, reprisaria, na semana seguinte à morte do Batatinha, o especial "Ensaio", gravado com o compositor dois anos antes. O bloco afro Olodum, no carnaval do mesmo ano, saiu às ruas com mortalhas pretas e amarelas em sua lembrança. Em São Paulo foi promovido um show intitulado "Diplomacia - A Música do Batatinha", que teve a participação dos novos cantores Paquito, Jussara Silveira e Vania Abreu, além dos cariocas Élton Medeiros e Dona Ivone de Lara. O ponto máximo desse show foi a presença do eterno companheiro de boêmias do homenageado, o antológico, Riachão, outro que, somente agora, teve o seu primeiro CD gravado, com a produção dos mesmos Paquito e J. Veloso. O carnaval revitalizado do bairro onde ele sempre viveu, o Pelourinho, passou a chamar-se "Circuito Batatinha".

Essas "flores depois da vida", ainda são muito poucas, oxalá possa sua obra ser resgatada para as novas gerações. Seria de bom alvitre que o Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria da Cultura, pudesse resgatar, e disponibilizar ao público, toda a obra do Batatinha (que não é grande, diga-se de passagem). Mesmo o último disco "Diplomacia", inicialmente independente, e que seria depois encampado pelo acervo EMI-ODEON, praticamente, não é encontrado com facilidade nas lojas.

Lourival Augusto
Salvador-Ba

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ASSIM É O BECO!!

BECO DA LAMA, DO SAMBA BECO DA NOITE,DO DIA;
BECO DA LINDA MAGIA QUE VEM DA POESIA,QUE CANTA E ENCANTA
DE QUEM DE TRISTE SORRIA!


BECO! ONDE O BEBADO É POETA;
ONDE SE QUEBRA A REGRA E NASCE UM COMPOSITOR;
UM BOEMIO UM BALUARTE QUE NASCE ENFIM UMA ARTE;
DE UM PEITO CHEIO DE AMOR.


ASSIM É O BECO DA LAMA AS QUINTAS FEIRAS!!!
O GRUPO ARQUIVO VIVO CHEGA, SENTA BATE UM PAPO
E ÁS 19;00HS COMEÇA UM VERDADEIRO RESGATE DO SAMBA;
JUNTO COM OS AMIGOS E PARCEIROS,QUE TEM A MESMA IDÉIA
DE FAZER PARTE DE UMA LUTA, QUE É A DE RESGATAR A NOSSA CULTURA
ATRAVÉS DO NOSSO AMADO SAMBA!!!


ENTÃO É ISSO AMIGOS, O BECO É DA LAMA É DO SAMBA.
É DE QUEM JA FOI,É DE QUEM VAI CHEGAR;
É DE QUEM RECLAMA,DE QUEM APLAUDE, QUEM QUER NA VERDADE
OUVIR UM BOM SAMBA,CANTADO POR PESSOAS QUE TEM O SAMBA NAS VEIAS.


ENTÃO VAMOS AO BECO!!!!!!!!!
(ANTONIO CARLOS-ARQUIVO VIVO)
(Rio de Janeiro/RJ, 17 de maio de 1887 ******* Rio de Janeiro/RJ, 12 de janeiro de 1974)

João Machado Guedes, popularmente conhecido como João da Baiana, era filho de Félix José Guedes e Perciliana Maria Constança. Seus avós, ex-escravos tinham uma quitanda de artigos afro-brasileiros no Largo da Sé. Sua mãe, conhecida pelo nome de Tia Perciliana, era baiana, donde surgiu seu apelido, João da Baiana, para distingui-lo de outros Joões do bairro.

Foi criado na Rua Senador Pompeu, no bairro da Cidade Nova, onde tomou lições de cartilha com D. Maria Josefa. Na infância, teve como companheiros os futuros compositores Donga e Heitor dos Prazeres. Seus pais constantemente promoviam festas de candomblé, para as quais deviam tirar licença com o chefe de polícia, pois na época o samba, a batucada e o candomblé eram manifestações proibidas.

Sua mãe teve 12 filhos, todos baianos, exceto ele. Um de seus irmãos - O Mané - era palhaço do Circo Spinelli e tocava violão e cavaquinho. Uma de suas irmãs tocava violino.

Começou a compor sambas desde garoto. Sua mãe apreciava os dotes do menino para a batucada, o candomblé e a macumba, dotes que o destacavam de seus irmãos.

Iniciou-se no pandeiro, instrumento para o qual tinha grande aptidão. Segundo seu depoimento ao M.I.S, que abriu em 1966 o ciclo de depoimentos para a posteridade, de larga repercussão no Rio e em todo o país, "eu sempre me dediquei ao pandeiro porque tinha amor ao ritmo. Os garotos formavam uma roda de samba e eu é quem tocava melhor o pandeiro".

Ainda menino, trabalhou no circo como chefe da claque dos garotos que respondiam ao "Hoje tem marmelada ? Tem sim senhor". Por essa época, passou a se dedicar à pintura, uma grande paixão do compositor.

Aos nove anos, ingressou como aprendiz no Arsenal da Marinha. Deu baixa três anos mais tarde, passando então a trabalhar no 2º Batalhão de Artilharia, como ajudante de cocheiro sob o camando de Hermes da Fonseca, futuro Marechal e Presidente da República.

Em 1908, quando se apresentava na tradicional Festa da Penha, teve seu pandeiro apreendido pela polícia. O senador Pinheiro Machado, que era seu admirador e que frequentemente promovia festas em "seu" palácio no Morro da Graça, o convidou para uma dessas festas e como ele não apareceu, quis saber o porquê. Ao saber que o instrumentista tivera seu pandeiro apreendido, resolveu presenteá-lo com um novo padeiro, que trazia a seguinte inscrição: "Com a minha admiração, ao joão da Baiana - Pinheiro Machado". Com essa dedicatória do senador, pode voltar por diversas vezes à Festa da Penha, como integrante do Grupo do Malaquias, sem que a polícia fosse atormentá-lo.

Em 1910, passou a trabalhar no Cais do Porto, sendo promovido a fiscal, em 1920. Por esse motivo, não acompanhou "Os oito batutas" à Paris, pois não queria trocar seu emprego certo pela aventura.

Aposentou-se em 1949. Casou-se e teve dois filhos que morreram ainda na infância.

Foi o responsável pela introdução do pandeiro no samba. Segundo depoimento prestado ao M.I.S. " na época o pandeiro era só usado em orquestras. No samba quem introduziu fui eu mesmo. Isto mais ou menos quando eu tinha oito anos de idade e era Porta-machado no "Dois de Ouro" e no "Pedra do Sal". Até então nas agremiações só tinha tamborim e assim mesmo era tamborim grande e de cabo. O pandeiro não era igual ao atual. O dessa época era bem maior".

Em 1924, compôs com Donga e Pixinguinha o samba "Mulher cruel". Em 1928, ingressou no rádio como ritmista, tocando pandeiro, prato e faca, tendo atuado nas Rádios Cajuti, Transmissora, Educadora e Philips. Em 1930, teve o samba "Pelo amor da mulata", sua primeira composição, feita sete anos antes, gravado na Odeon por Patrício Teixeira, que gravou também no mesmo ano o samba "O futuro é uma caveira".

Em 1931, passou a integrar o "Grupo da Guarda Velha", conjunto organizado por Pixinguinha que reuniu alguns dos maiores instrumentistas brasileiros da época. Realizaram quatro gravações na Victor, acompanhando também grandes cantores como Carmen Miranda, Sílvio Caldas, Mário Reis, Jonjoca e Castro Barbosa, entre outros. O primeiro disco da Guarda Velha, gravado em dezembro daquele ano, trazia o partido alto "Há! Hu! Lahô" e a chula raiada "Patrão prenda seu gado", as duas de sua parceria com Pixinguinha e Donga. Ainda no mesmo ano, gravou o samba "Viva meu orixá", no lado B de um disco que trazia no lado A, o cantor Francsico Sena interpretando, de sua autoria o samba "Convencida".

No ano de 1932, Patrício Teixeira gravou os sambas "Quem faz a Deus paga ao diabo", "Cabide de molambo" e "Ai Zezé", este uma parceria dos dois. A respeito do samba "Cabide de molambo", afirmou em histórico depoimento ao MIS: "Eu acho que este samba inspirou o Noel Rosa a fazer o "Com que roupa". No mesmo ano, outras duas parcerias com Donga e Pixinguinha, a batucada "Já andei" e a macumba "Que queré", foram gravadas pelo Grupo da Guarda Velha, com Zaíra de Oliveira e Francisco Sena. Ainda em 1932, o cantor Francisco Sena lançou a batucada "Vi o pombo gemê" e a macumba "Xou coringa". Atuou em vários conjuntos entre os quais o "Grupo do Malaquias", o "Grupo do Louro", o "Conjunto dos Moles" e o conjunto "Alfredinho no Choro". Em fins de 1932, Pixinguinha organizou na RCA Victor a orquestra "Diabos do céu", com alguns dos integrantes do Grupo da Guarda Velha, grupo que estreou em disco acompanhando Carmen Miranda na gravação de "Etc", samba de Assis Valente.

Donga e Pixinguinha foram seus parceiros no arranjo da antiga chula raiada "Patrão, prenda seu gado". Conhecedor do candomblé, gravou diversos corimás, com algumas palavras em dialeto africano, cantadas no início das sessões de candomblé. Em 1936, seu samba "Seu pai não quer" foi gravado na Victor por Castro Barbosa. Em 1937, Pixinguinha reuniu quatro músicos,Tute (violão de sete cordas), Luperce Miranda (cavaquinho), Valeriano (violão de seis cordas) e João da Baiana (pandeiro), formando o conjunto "Os cinco companheiros", que atuou no Dancing Eldorado e no Palácio Guanabara com Vicente Celestino e Gilda de Abreu.

Em 1938, gravou na Victor com seu conjunto as macumbas "Sereia" e "Folha por folha", parcerias com Getúlio Marinho. No ano de 1940, Leopoldo Stokowski solicitou a Villa-Lobos que selecionasse e reunisse os mais representativos artistas de Música Popular Brasileira, para gravação de músicas destinadas ao Congresso Pan-Americano de Folclore. Villa-Lobos incluiu no grupo escolhido a nata dos verdadeiros criadores nacionais de música: Pixinguinha, Cartola, Donga, João da Baiana e Zé Espinguela. As gravações realizaram-se na noite de 7 para 8 de agosto de 1940, a bordo do navio Uruguai atracado no Armazém 4. Foram registradas 40 músicas e apenas 16 chegaram ao disco, reproduzidas nos Estados Unidos em dois álbuns de quatro fonogramas cada um, sob o título "Columbia presents - Native Brazilian music - Leopold Stokowski".

Em 1952, lançou os ritmos afro brasileiros "Lamento de Inhançã" e "Lamento de Xangô", de sua autoria. Por quatro anos seguidos, gravou anualmente um disco intitulado "João da Baiana no seu terreiro", interpretando pontos de macumba de sua autoria. Em 1954, Almirante organizou em São Paulo o I Festival da Velha Guarda, reunindo vários músicos veteranos. No segundo Festival da Velha Guarda, a caravana carioca formou em caráter regular um conjunto denominado Velha Guarda do qual faziam parte, elém dele, Pixinguinha, Donga e Alfredinho Flautim, entre outros . Em 1955, alcançaram sucesso na Boate Casablanca, constituindo a grande atração do show Zilco Ribeiro. Nesse mesmo ano, o grupo gravou seu primeiro LP na Sinter "A Velha Guarda" seguido de um outro "Carnaval da Velha Guarda".

Ainda na década de 50, em 1957, lançou com Sussu pela Odeon o LP "Batuques e pontos de macumba", no qual interpretou "Quê, quê, rê, quê, quê", "O cachimbo da vovó", "Nanan Boroque" e "Amalá de Xangô", todos de sua autoria.

Em 1966, foi convidado por Ricardo Cravo Albin, depois do seu nome ter sido sufragado pela unanimidade do Conselho Superior de MPB do MIS, para realizar o primeiro depoimento para a posteridade do M.I.S., que não só abriu o ciclo como também definiria a estrutura principal do museu junto à opinião pública de todo o país. Este seu histórico depoimento obteve grande repercussão na imprensa e deu por inaugurado, junto à mídia, o próprio museu, então desconhecido.

Em 1968, foi lançado o LP "Gente da antiga", produzido por Hermínio B. de Carvalho para a Odeon contando além de sua participação, com as de Clementina de Jesus e Pixinguinha. No mesmo ano, lançou na Bienal do Samba da TV Record o samba "Quando a polícia chegar", defendido por Clementina de Jesus. Segundo Ricardo Cravo Albin, foi, além de exímio pandeirista, e além de uma doce e inesquecível figura humana, um dos grandes ritmistas do prato com faca, habilidade que aprendeu ainda na infância, por influência de uma tradição cultivada na Bahia.

Em 1972, foi recolhido à Casa dos Artistas, em Jacarepaguá, onde morreu dois anos depois.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Adalto Magalhães

ADALTO MAGALHA

Adalto Magalha (Adaltro Magalhães Gavião)
9/1/1945 Rio de Janeiro, RJ



Em 1986, foi lançado pela gravadora Fama o LP "Explosão do pagode", no qual participou ao lado de Carlos Sapato, Cláudio Camunguelo, Baita, entre outros. No LP interpretou três composições de sua autoria: "Senhor cidadão" (c/ Acyr Marques), "Fonte de energia" e "Eu gosto assim", as duas últimas em parceria com Adilson Victor. Almir Guineto gravou em LP ainda neste ano "Super man" (c/ Almir Guineto), "Cenário" (c/ Capri e Almir Guineto), "Santo errado" (c/ Almir Guineto e Capri) e "Feito aguardente" (c/ Almir Guineto); e em 1987, em outro disco do mesmo cantor, foram gravadas "Eterno companheiro"(c/ Guará da Empresa e Almir Guineto), "Surra de açoite" (c/ Almir Guineto), e a faixa-título "Perfume de champagne" (c/ Almir Guineto e Vanilda Bazeth). Neste mesmo ano de 1987, Jovelina Pérola Negra lançou o LP "Luz do repente", no qual incluiu "Banho de felicidade" (c/ Wilson Moreira) e "Trama" (c/ Almir Guineto).

Em 1988, compôs para a G. R. E. S. Unidos de Cabuçu o samba-enredo "Milton Nascimento, sou do mundo, sou de Minas Gerais", em parceria com Paulinho Tapajós, Edmundo Souto, Adilson Gavião, Dudu e Sérgio Magnata.

No ano de 1989 Almir Guineto no LP "Jeito de amar" gravou algumas composições de Adalto Magalha: "Trabalho gigante" (c/ Almir Guineto e Carlos Senna), "Dura missão" (com Almir Guineto, J. Lauriano, Carlinhos Russo e Zezinho do Vale), "Lindo requebrado (c/ Almir Guineto, Beto Sem Braço e Carlos Senna), "Mãe natureza"(c/ Almir Guineto), "Lugar ao sol" (c/ Arlindo Cruz e Almir Guineto), "Grande herói" (c/ Almir Guineto, Chico Serra e Guará da Empresa), e a faixa-título "Jeito de amar"(c/ Almir Guineto). Ainda em 1989 Beth Carvalho gravou "Corda no pescoço" (Adalto Magalha e Almir Guineto). Dominguinhos do Estácio interpretou duas composições de sua autoria: "Sob os olhos de Oxalá" (c/ Pedrinho da Flor e Zé Roberto) e "Sede de amor" (c/ Pedrinho da Flor). Outra composição sua deu nome ao disco de Dominguinhos do Estácio: "Gosto de festa" (c/ Carlos Senna e Almir Guineto).

Em 1990, Reinaldo, no disco "Coisa sentimental", pela gravadora Continental, incluiu "Doce lembrança", em parceria com Almir Guineto.

No ano de 1998, o grupo Razão Brasileira gravou três parcerias suas com Pedrinho da Flor: "Medo", Telefone" e "Eu menti". No ano seguinte, Leci Brandão, no disco "Auto-estima", pela gravadora Trama, interpretou "Rendição", em parceria com Almir Guineto e Capri.

Em 2000, a Escola de Samba Tradição desfilou com um samba-enredo de sua autoria em parceria com Lourenço, "Liberdade! Sou negro, raça e Tradição", puxado por Wantuir. No ano seguinte, ainda em parceria com Lourenço, a Tradição desfilou com o samba-enredo "O Homem do Baú - Hoje é domingo, é alegria, vamos sorrir e cantar!", uma homenagem a Sílvio Santos.

No ano de 2002, outra vez em parceria com Lourenço, a escola Tradição desfilou com o samba-enredo "Os encantos da Costa do Sol".

No ano de 2003 compôs com Lourenço o samba-enredo "O Brasil é penta - R é 9 - o Fenômeno iluminado", com o qual a Tradição desfilou no carnaval. Neste mesmo ano sua composição "Banho de felicidade" (c/ Wilson Moreira), foi incluída no CD "Alma feminina", de Eliane Faria, lançado pelo selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin).

No ano de 2005, ao lado de Jorginho China, Paulinho Mocidade, Leandro Fregonesi e Eliane Faria, foi um dos convidados de Roberto Serrão em shows no bar Dama da Noite, na Lapa, show no qual lançou o CD "Samba de tradição".
Banho de felicidade (c/ Wilson Moreira) • Cenário (c/ Capri e Almir Guineto) • Corda no pescoço (c/ Almir Guineto) • Doce lembrança (c/ Almir Guineto) • Dura missão (c/ J. Lauriano, Carlinhos Russo, Zezinho do Vale e Almir Guineto) • Eterno companheiro (c/ Guará da Empresa e Almir Guineto) • Eu gosto assim (c/ Adilson Victor) • Eu menti (c/ Pedrinho da Flor) • Feito aguardente (c/ Almir Guineto) • Fonte de energia (c/ Adilson Victor) • Gosto de festa (c/ Carlos Senna e Almir Guineto) • Grande herói (c/ Guará da Empresa, Chico Serra e Almir Guineto) • Jeito de amar (c/ Almir Guineto) • Liberdade! Sou negro, raça e Tradição (c/ Lourenço) • Lindo requebrado (c/ Beto Sem Braço, Carlos Senna e Almir Guineto) • Lugar ao sol (c/ Arlindo Cruz e Almir Guineto) • Mãe natureza (c/ Almir Guineto) • Medo (c/ Pedrinho da Flor) • Milton Nascimento, sou do mundo, sou de Minas Gerais (c/ Paulinho Tapajós, Edmundo Souto, Adilson Gavião, Dudu e Sérgio Magnata) • O Homem do Baú - Hoje é domingo, é alegria, vamos sorrir e cantar! (c/ Lourenço) • Os encantos dfa Costa do Sol (c/ Lourenço) • Perfume de champanhe (c/ Vanilda Bazeth e Almir Guineto) • Rendição (c/ Capri e Almir Guineto) • Santo errado (c/ Capri e Almir Guineto) • Sede de amor (c/ Pedrinho da Flor) • Senhor cidadão (c/ Acyr Marques) • Sob os olhos de Oxalá (c/ Pedrinho da Flor e Zé Roberto) • Super man (c/ Almir Guineto) • Surra de açoite (c/ Almir Guineto) • Telefone (c/ Pedrinho da Flor) • Trabalho gigante (c/ Carlos Senna e Almir Guineto) • Trama (c/ Almir Guineto)
<< voltar
Tia Ciata – Hilária Batista de Almeida (1854–1924)

Hilária Batista de Almeida nasceu na Bahia em 1854. Aos 22 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, no êxodo que ficou conhecido como diáspora baiana. No Rio, formou nova família ao se casar com João Baptista da Silva, funcionário público com quem teve 14 filhos.

Como todas as baianas da época, era grande quituteira. Começou a trabalhar colocando o seu tabuleiro na Rua Sete de Setembro, sempre vestida de baiana. Com tino comercial, também alugava roupas típicas para o teatro e para o carnaval.

Mãe-de-santo respeitada, Hilária foi confirmada no santo como Ciata de Oxum, no terreiro de João Alabá, na Rua Barão de São Felix, onde também ficava a casa de Dom Obá II e o famoso cortiço Cabeça de Porco. Em sua casa, as festas eram famosas. Sempre celebrava seus orixás, sendo as festas de Cosme e Damião e de Nossa Senhora da Conceição as mais prestigiadas. Mas também promovia festas profanas, nas quais se destacavam as rodas de partido-alto. Era nessas rodas que se dançava o miudinho, uma forma de sambar de pés juntos, na qual Ciata era mestra.

A Praça Onze ganhou o apelido de Pequena África, porque era o ponto de encontro dos negros baianos e dos ex-escravos radicados nos morros próximos ao centro da cidade. Lá se reuniam músicos amadores e compositores anônimos. A casa de Tia Ciata, na rua Visconde de Itaúna 117, era a capital da Pequena África. Dos seus freqüentadores habituais, que incluíam Pixinguinha, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô e Mauro de Almeida, nasceu o samba. A música Pelo telefone foi o primeiro samba registrado, no final de 1916, e virou sucesso no carnaval de 1917.

As chamadas “tias” baianas tiveram um papel preponderante no cenário de surgimento do samba no Rio de Janeiro, no final do século XIX e início do XX. Além de transmissoras da cultura popular trazida da Bahia e sacerdotisas de cultos e ritos de tradição africana, eram grandes quituteiras e festeiras, reunindo em torno de si a comunidade que inundava de música e dança suas celebrações – as festas chegavam a durar dias seguidos. Nessa época, viviam Tia Amélia (mãe de Donga), Tia Prisciliana (mãe de João de Baiana), Tia Veridiana (mãe de Chico da Baiana) e Tia Mônica (mãe de Pendengo e Carmen do Xibuca). Mas a mais famosa de todas foi Tia Ciata, em cuja casa nasceu o samba.

Em 1935, o então prefeito do Rio, Pedro Ernesto, legalizou as escolas de samba e oficializou os desfiles de rua. Antes disso, sem horário nem percurso fixo, o indispensável era que os grupos passassem pela Praça Onze, pelas casas das “tias” baianas. Elas eram consideradas mães do samba e do carnaval dos pobres. A casa de Tia Ciata era parada obrigatória, pois era a mais famosa e muito respeitada pela comunidade. Até hoje, as tias são representadas e homenageadas nos desfiles, pela ala das baianas das escolas de samba.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

AGENDA:

DIA:25/11 BECO DA LAMA "QUINTA VIVA"AS 19:00HS
DIA:26/11 ARQUIVO VIVO NA AABB 20:30
DIA:26/11 DIA DO SAMBA COM O SHOW "DESDE O INICIO"20:00HS
DIA 28/11 ESPETINHO DO SAMBA "ARQUIVO VIVO E ADILSON BISPO"15:00HS
DIA 02/12 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA"19:00HS
DIA 04/12 TOM MAIOR BOTEQUIM 15:00HS.

DIA 07/12 PRAIA SHOPPING SHOW MELHORES DO ANO. 20:00HS
DIA 07/12 TABERNA PUB COM O "PROJETO TERÇA DE BAMBAS"
DIA 09/12 BECO DA LAMA "QUINTA VIVA"
11/12 FESTA PARTICULAR 12;00HS
11/12 FESTA PARTICULAR 16:00HS
12/12 TERREIRÃO DO SAMBA 18:00HS
18/12 FESTA PARTICULAR 13:00HS


CONTATOS PARA SHOWS:

MARCOS SOUTO:8723-8582

RENAN ARAÚJO:8842-3967

AGENDA

DIA:25/11 BECO DA LAMA "QUINTA VIVA" ÀS 19:00HS

DIA:26/11 DIA DO SAMBA COM O SHOW "DESDE O INICIO"

DIA 28/11 ESPETINHO DO SAMBA "ARQUIVO VIVO E ADILSON BISPO"ÀS 16:00HS

DIA:02/12 BECO DA LAMA "QUINTA VIVA"ÀS 19:00HS

DIA:04/12 TOM MAIOR BOTEQUIM ÀS 15:30HS

DIA:04/12 ESPETINHO DO SAMBA ÀS 19:00HS

DIA:07/12 PRAIA SHOPPING NO SHOW MELHORES DO ANO ÀS 20:00HS

DIA:07/12 TABERNA PUB ÁS 22:30

DIA:09/12 BECO DA LAMA "QUINTA VIVA" ÀS 19:00HS


DIA:11/12 FESTA PARTICULAR ÀS 12:00HS

DIA:11/12 FESTA PARTICULAR ÀS 16:00HS

DIA:18/12 FESTA PARTICULAR ÀS 1300HS


CONTATOS:

MARCOS SOUTO: 8723-8582

RENAN ARAÚJO: 8842-3967
Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil.[1] Teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no "asfalto", ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época - fato de grande importância, não só o samba, mas a história da música popular brasileira.[2][3]

Biografia

Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil para sua mãe, em que o uso do fórceps pelo médico causou-lhe um afundamento da mandíbula que o marcou pela vida toda. Criado no bairro carioca de Vila Isabel, primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio São Bento.

Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.

Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Toada do Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?" Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Orestes Barbosa, exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo, o considerava o "rei das letras". Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.

Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci, a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam juntos, bebiam, fumavam, andavam principalmente pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes, ela o compensava com noites inesquecíveis de amor. Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, a bebida e o cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai.Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo:Já apresento melhoras,Pois levanto muito cedo E deitar às nove horas Para mim é um brinquedo.A injeção me tortura E muito medo me mete,Mas minha temperatura.Não passa de trinta e sete! Creio que fiz muito mal .Em desprezar o cigarro .Pois não há material .Para o exame de escarro! trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado. Faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou Lindaura viúva e não foi pai de nenhum filho. Lindaura e dona Martha cuidaram dele até o fim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

                                                                   AGENDA


 DIA 04/11 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 06/11 TOM MAIOR BOTEQUIM 15:00h.
 DIA 07/11 ARQUIVO E AMIGOS SANTA RITA 12:00h.
 DIA 11/11 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 12/11 TOCA DO RATO 20:00h. "ARQUIVO CONVIDA"
 DIA 14/11 FESTA PARTICULAR 15:00h.
 DIA 18/11 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 19/11 SHOW"NEGRITUDE AXÉ" PRAÇA ANDRÉ DE ALBUQUERQUE 22:00h.
 DIA 20/11 TOM MAIOR BOTEQUIM 15:00h.
 DIA 25/11 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 07/12 PRAIA SHOPPING "OS MELHORES DO ANO" 20:00h.
 DIA 07/12 TAVERNA PUB 22:30h.
 DIA 09/12 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 12/12 TERREIRÃO DO SAMBA "ÚLTIMO SAMBA DOANO" 18:00h.

                                          8723-8582 MARCOS SOUTO

terça-feira, 12 de outubro de 2010

ARQUIVO TAMBÉM É HITÓRIA. FIQUE POR DENTRO DA MÚSICA FITA AMARELA!

                                                  FITA AMARELA

Gravada originalmente em 1932 na Odeon pela dupla Francisco Alves e Mário Reis, acompanhados pela Orquestra da própria gravadora, e lançada em discos 78 rpm.

Outras gravações conhecidas são as de Aracy de Almeida (1955), Altamiro Carrilho (1957), Sílvio Caldas (1957), Norberto Baldauf e seu Conjunto Melódico, Trio Surdina, Lord Astor (sax), Trio Irakitan (1959), Sivuca (1960), Orquestra Tabajara (1962), Sambistas da Guanabara (1961), Carmélia Alves, Simonetti & Orquestra RGE (1962), Marília Batista (1963), Paulinho Nogueira (1963), Miltinho (1965), Radamés Gnattali e Orquestra (1968), Renato de Oliveira e Orquestra (1968), Banda do Canecão (1968), Elizeth Cardoso e Sílvio Caldas (1971), Xixa (1971), Nélson Gonçalves (1971), Os Três Moraes (1973), Pedrinho Rodrigues & Som Sete (1973), Os Caretas (1975), Francisco Petrônio (1976), Arthur Moreira Lima (piano, 1978), Os Sete Velhinhos, Ivanildo (Sax, 1981), Conjunto Coisas Nossas (1983), MPB-4 (1987), João Bosco (1992), Grupo Coisa de Família (1993), Guiba (1993), Lula Barboza (1994), Escola de Samba Império Serrano, Guiba (cavaquinho, 1995), Grupo Descamares (1996), Dário Lopes (Guitarra midi, 1997), Ivan Lins & Coreto Urbano (1997), Tôco Preto do Cavaco (1997), entre outras.

Noel fez esse samba inspirado na mesquinhez de Francisco Alves e, apesar de ter feito muito sucesso, Fita amarela causou muitos problemas ao compositor. Donga, outro compositor da época, acusou Noel de ter plagiado uma de suas músicas, feita em parceria com o maestro Aldo Taranto, que dizia o seguinte:



Quando você morrer

Não pense que eu vou chorar

Vou procurar quem me dê

O que você não me dá



E Donga espalhava cidade afora que esse samba novo de Noel, Fita amarela, era plágio do dele. A campanha contra Noel só acabou quando Almirante, defendendo o amigo Noel, contou que ele mesmo ensinara ao compositor um refrão que havia inspirado Noel:



Quando eu morrer

Não quero choro nem nada

Eu quero ouvir um samba

Ao romper da madrugada.

                                                         

Mas Almirante também não sabia de quem era. Disse que tinha aprendido com dois improvisadores numa tendinha de São João de Meriti. Noel aproveitou o tema poético e também a melodia para fazer o seu estribilho.

Como se não bastasse a confusão quanto ao direito autoral de Fita amarela, a turma do Estácio, quando soube da história de Almirante, reclamou, dizendo que Mano Rubem, do Estácio, já cantava esses versos em 1920...

Apesar de toda a confusão e de seu tom funesto, é inegável a qualidade da composição, o que a faz ser cantada incessantemente desde o carnaval de 33.

ESSE O CLIMA DO PRAIA SHOPPING!!

sábado, 18 de setembro de 2010

O SAMBA CORRE NAS VEIAS

                                                             AGENDA

   
 DIA 04/11 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 06/11 TOM MAIOR BOTEQUIM 15:00h.
 DIA 07/11 ARQUIVO E AMIGOS SANTA RITA 12:00h.
 DIA 11/11 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 12/11 TOCA DO RATO 20:00h. "ARQUIVO CONVIDA"
 DIA 14/11 FESTA PARTICULAR 15:00h.
 DIA 18/11 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 19/11 SHOW"NEGRITUDE AXÉ" PRAÇA ANDRÉ DE ALBUQUERQUE 22:00h.
 DIA 20/11 TOM MAIOR BOTEQUIM 15:00h.
 DIA 25/11 BECO DA LAMA"QUINTA VIVA" 19:00h.
 DIA 07/12 PRAIA SHOPPING "OS MELHORES DO ANO" 20:00h.
 DIA 07/12 TAVERNA PUB 22:30h.



                        CONTATOS PARA SHOWS: 8723-8582    MARCOS SOUTO

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ORGULHO DE REPRESENTAR O SAMBA POTIGUAR.

UM ANO DE MUITO TRABALHO  PARA O ARQUIVO VIVO. AGENDA SEMPRE CHEIA,
PÚBLICO SEMPRE PRESENTE NOS SHOWS, E MELHOR, A GRAVAÇÃO DO 1° CD,
O ARQUIVO VIVO PRETENDE LANÇAR O PRIMEIRO TRABALHO EM JANEIRO 2011,
COM
MÚSICAS DE COMPOSITORES COMO: IVANDO MONTE E RICK RICARDO, ALÉM DAS COMPOSIÇÕES DO CARLINHOS, MARCOS SOUTO E MAURICIO.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

OGUM NA RODA DE SAMBA.

         
                                                                   Foto: Bia

FOI REALMENTE UMA DAS MELHORES QUINTAS, APESAR DA CHUVA, O SAMBA FOI FEITO DO LADO DE DENTRO, A RODA DE SAMBA ESTAVA PROTEGIDA POR OGUM, FOI DE TIRAR O FÔLEGO, MUITO LINDO!!!

sábado, 28 de agosto de 2010

O PROJETO "QUINTA VIVA DO SAMBA" É UM SUCESSO.

Foto: Bia

NA EDIÇÃO DO DIA 26/08 DA "QUINTA VIVA DO SAMBA" RECEBEMOS A VISITA DO CANTOR ISAQUE GALVÃO. NA FOTO ACIMA ELE MANDANDO VER NA RODA DE SAMBA. TAMBÉM NOS VISITARAM OS GRUPOS: MESA 12, VIDA ALHEIA E O GRUPO SAMBA ERUDITO. PARA NÓS DO ARQUIVO VIVO É REALMENTE UM PRAZER RECEBER TODOS ESSE GRUPO EM NO RODA DE SAMBA.